viernes, abril 27, 2007

Para hérika sofrendo

Sofro da síndrome mais que líquida das águas
O véu que me tece o corpo
É essa
finúscula
veia
lágrima
Sal dentro de mim e no oceano
Sal e um verme tão pequeno
que me rói o pano...
Minha musa extra-gênero, Jorgena Braga.

martes, abril 24, 2007



Meus ombros encolheram-se

Como se o mundo tivesse arqueado sobre eles.

Meus verdes olhos, um dia tão sedentos de alegria,

Cairam mais um pouco nas profundezas de um abismo sem fim.

E meu sorriso, sempre tão alegre transformou-se num suspiro...


domingo, abril 08, 2007

Nasci(e)mento(e)

A bagunça da casa reflete a confusão de sua mente.
Mente para si.

Sente-se uma Idiota lendo Dostoieviski no banheiro.
Solitude solitária preenchida pelo Chico´s Discos
amelie, encontros, almodovar, desencontros, laura

A carne tremula

Ela aparece
É amarela
um mundo de metáforas meninas.

Cansa-se.

Páginas envelhecidas
poetas contemporâneos.

Ariano(s) comemoram hoje
Palmers para ele(s).

Acreditas no ser humano?
Quem responderá?

jueves, abril 05, 2007



Odeio
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso

veio um golfinho do meio do mar roxo
veio sorrindo pra mim
hoje o sol veio vermelho como um rosto
vênus, diamante, jasmimveio enfim o e-mail de alguém
veio a maior cornucópia de mulheres
todas mucosas pra mimo mar se abriu pelo meio dos prazeres
dunas de ouro e marfim
foi assim, é assim, mas assim é demais também
odeio você, odeio você, odeio você
odeio
veio um garoto do arraial do cabo
belo como um serafim
forte e feliz feito um deus, feito um diabo
veio dizendo que sim
só eu, velho, sou feio e ninguém
veio e não veio quem eu desejariase dependesse de mim
são paulo em cheio nas luzes da bahia
tudo de bom e ruim
era o fim, é o fim, mas o fim é demais também
odeio você, odeio você, odeio você
odeio

Cinzas (1894) - Munch


"(...)Chove ouro baço, mas não no lá-fora... É em mim... Sou a Hora,
E a Hora é de assombros e toda ela escombros dela...
Na minha atenção há uma viúva pobre que nunca chora...
No meu céu interior nunca houve uma única estrela...

Hoje o céu é pesado como a idéia de nunca chegar a um porto...
A chuva miúda é vazia... A Hora sabe a ter sido...
Não haver qualquer cousa como leitos para as naus!... Absorto
Em se alhear de si, teu olhar é uma praga sem sentido...

Todas as minhas horas são feitas de jaspe negro,
Minhas ânsias todas talhadas num mármore que não há,
Não é alegria nem dor esta dor com que me alegro,
E a minha bondade inversa não é nem boa nem má...

Os feixas dos lictores abriram-se à beira dos caminhos...
Os pendões das vitórias medievais nem chegaram às cruzadas...
Puseram in-fólios úteis entre as pedras das barricadas...
E a erva cresceu nas vias férreas com viços daninhos... (...)

Trecho do Poema Hora Absurda - Fernando Pessoa

lunes, abril 02, 2007



Subitamente, revelo-me a complacência do ser
Mentes pertubadas,
Buscando, buscando, buscando
O Nada.