
Sua sensibilidade não lhe permitiria sorrisos vãos a vãs pessoas, a mediocridade da existência humana o exasperava.
Conversas em corredores povoados de inveja, calúnias, egoísmos, pseudo-acadêmicos, egocentrismos. Nada daquilo lhe dizia respeito; neste enojamento desesperado ele desaparecia aos olhos daqueles que nãopercebem que a dor e o vazio recompõem-se em ávidos fantasmas habitando, com zelos angustiados, nossas noites vazias.
Ele fazia de sua ausência, a presença constante e de seu silêncio, ávida comunicação. Lutava com suas dicôtomias e raramente, num gesto violento, o animal homem resolvia comunicar-se, para logo em seguida sua presença surgir em um meigo sorriso e com um certo brilho naquele olhar, sempre tão distante.
Quando conversavam sentia que uma tsunami sairia de sua boca, palavras que descreveriam tudo o que permanecia de mais sentido nele, mas não. Contraia-se sempre, afogava-se em palavras, e epilético de sentimentos convulsionava-se interiormente. O silêncio imperava. Dolorido. Era a própria imagem do cansaço; mas se olhasémosmais agu(ça)damente veríamos uma alma transparecendo de seu olhar: um abismo de angústias e desespero.
Assim, Atlas vivia: povoado por fantasmagorias, desinteressado de tudo; vendo as coisas vagar, com a mesma vagarosidade que seu silêncio pedia uma presença. Uma que habitasse o desterro que sentia do convívio humano, que preenchesse a ausência de ritmos, que colorisse, mesmo que ilusioriamente, a macarca d'água que imaginava ser o mundo.
Não tenho pretensões literárias, não sou poeta, contista ou qualquer coisa que os generos literários conceituam. Escrevo quando dá vontade, o que sinto... É bom?... Não sei, há os que eu goste, há os que eu não goste, apenas escrevo.
Este post escrevi pensando em um amigo. Moço, este é para você!
9 comentarios:
a presença constante do silêncio.
[já me calei]
bjos, moça lindona!
alguém falou em densidade?
ah.
é... não há palavra neste texto que não tem um peso enorme.
muito bom.
amo
Pra variar... meninas deeeeensas!
Bão tamém!
Bjo, bjooo!
é isso aí!
dp.
isso aqui tá ficando muito bom...
como eu tiro esse anônimo? rs (Jó)
na verdade, só o fato de continuar a escrever, mesmo que somente quando dá vontade, torna-a alguém comprometida com isso o que chamamos de arte, mesmo não querendo ser poeta, contista, escritora, whatever...; pois não é arte o proprio desleixo com as coisas menores da vida?!
se sincera consigo mesma, como pessoa antes de tudo, tudo o que vier será lucro, e de bom gosto...
isso é uma retratação?!
tu se importa?!
eu me importo?!
quando tiver que falar o que tiver que falar, falo!
nessas horas, assim como duda, penso que meu narcisismo anda às estrelas tb..rs. De tão bom e tão forte tuas letras, poderia jurar q foi escrito pra mim...rsrs..me caia tao bem...rs.
cheiro, cheirosa.
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